Situação das empresas de ônibus é lamentável, diz advogado, A declaração foi feita após a deflagração da greve dos rodoviários, por tempo indeterminado, na manhã de hoje, antevéspera de Natal.

O advogado das empresas de transporte urbano de Feira de Santana, Ronaldo Mendes, afirmou em entrevista ao Acorda Cidade na manhã desta terça-feira (23) que a redução da tarifa de R$ 2,50 para R$ 2,35 em junho do ano passado gerou um prejuízo de R$ 600 mil mensais aos cofres das empresas. Ele justificou ainda que, além disso, houve o crescimento do transporte clandestino na cidade, e a redução da passagem nos domingos e feriados também contribuiu para a situação lamentável do sistema.

As declarações foram feitas após a deflagração da greve dos rodoviários, por tempo indeterminado, na manhã de hoje, antevéspera de Natal. Os manifestantes bloquearam a Rua JJ Seabra e as Avenidas Senhor dos Passos e Getúlio Vargas com ônibus, reivindicando o pagamento dos salários atrasados, plano de saúde, a segunda parcela do 13º, dentre outros benefícios, que não foram pagos pelas empresas de transporte. Por conta da paralisação, muitas lojas do comércio fecharam as portas.

De acordo com Ronaldo Mendes, as empresas vinham fazendo o possível para manter o sistema. Ele afirmou que nunca houve atraso de salário antes da redução da tarifa. E que após a medida é que as empresas tiveram dificuldade de honrar os compromissos, como plano de saúde e empréstimos consignados dos empregados. “Tudo isso ao longo dos meses gerou déficit de caixa, que gerou essa situação lamentável”, disse.

O advogado afirmou ainda que as empresas sugeriram à prefeitura o aumento no valor da tarifa e a renovação do contrato por mais alguns meses, nem que seja para vender para outras empresas e conseguir pagar a recisão contratual, que são mais de 15 milhões.

Em reposta às declarações, o prefeito José Ronaldo de Carvalho afirmou que as empresas não podem continuar a operar com base em uma hipótese de ganhos financeiros futuros. Segundo ele, a tarifa foi reduzida após estudos criteriosos da prefeitura, com a participação da Universidade Estadual de Feira de Santana. “A licitação vai ser feita. O povo quer a licitação e o prefeito vai fazer o que o povo quer. O edital que vai ser lançado já vai falar em tarifa, vai falar de tudo.”